-

your eyes are not listening. my ears are not looking around.

and then he said...

ser-se engraçado não é suficiente.
e essa questão da boa companhia para pouco serve.
há que fazer mais, mais! ser-se mais.
depois ainda há aquela outra questão, a do esforço.
a facilidade varia de pessoa para pessoa, e como se não bastasse, varia ainda de entre pessoas para entre pessoas.

já não vinha ao meu quarto há quase duas semanas. só ainda parece meu porque continua caóticamente desarrumado. não gosto dele, não me vejo nele. a almofada é uma merda e nunca me dei ao trabalho de a mudar. não o quero tornar pessoal, porque não quero que seja meu. vou mudar-me, e já faltou mais! ontem recebi uma mensagem que dizia ''a nossa sala cheira aquele odor não identificado que sentimos sempre que chegamos a casa!'' e ainda nem referi o sofá.

não quer dizer que não me esforce. à minha maneira acho que sim. mas lá está, dizem-me sempre que posso fazer mais ainda, mais e melhor. e o pior: eu sei que posso. não me esforço (ao máximo?).

costumo emaranhar os pensamentos e só me apercebo quando dou por mim a perguntar-me 'como é que cheguei até aqui?' e faço rewind no pensamento até me lembrar do ponto inicial.
depois claro, confundo as coisas. mas não consigo controlar.
não há uma única vez que pense no quintal da minha avó e o meu pensamento viaje até hong kong.
a minha tia, quando eu era pequena, costumava dizer-me que o nosso cérebro está cheio de gavetinhas e tudo o que tínhamos de fazer, à medida que íamos aprendendo, era guardar cada coisa na sua gaveta. depois, era só abrir a gaveta que queríamos conforme o que andávamos à procura. não estou a dizer que é complicado.
eu sempre fui desarrumada. e tenho o vício de não deitar nada fora.

se em vez de ter tudo pelo chão guardasse as calças numa gaveta, as camisolas noutra, as t-shirts noutra e, acima de tudo, se conseguisse manter isso, acho que me tornaria numa pessoa melhor.


i'm digging for fire.